05 setembro, 2011

Palm: relembrando os tempos áureos dos PDAs


Depois da notícia veiculada de que a HP “enterrou” de vez a marca Palm, resolvi fazer uma espécie de pequena homenagem a uma das empresas que mais marcou a história da computação pessoal no final da década de 90 e início dos anos 2000.

Os logos da Palm ao longo dos anos
Talvez os mais jovens de plantão fiquem surpresos, mas a Palm chegou a ser considerada a “Apple” dos anos 90, ou seja, uma empresa que ditava “moda e tendência” e era símbolo de status e de pessoas descoladas. Afinal, quem nunca sonhou na época em ter um PDA em casa?!
Contudo, a origem dos PDAs (Personal Digital Assistant – espécie de um organizador da vida pessoal digital) remota de muitos anos antes (ou seria melhor dizer muitos anos à frente?), do mundo de ficção científica da série "Star Trek".
Ainda que outros aparelhos com a inspiração de se tornar um computador de mão tenham surgido antes, como foi o caso do Dynabook da Xerox na década de 70, ou mesmo a Apple com o Newton, não podemos negar que foi a Palm, e os seus cobiçados aparelhos (como foi o caso dos Pilots 1000, 5000 e o III) a grande responsável pelo sucesso dos atuais smartphones.
Fundada em 1992 por Jeff Hawkins, a Palm desenvolveu no mesmo ano, meio que por acaso, o seu primeiro PDA, o Pilot. Inicialmente a idéia da companhia era o de desenvolver um software para dispositivos portáteis. Com o projeto avançado da criação de um programa reconhecimento de escrita, Jeff Hawkins e Donna Dubinsky perceberam que tinham em mãos um verdadeiro filão pela frente. Daí para desenvolverem um hardware para o programa foi um “pulo”.

Palm Pilot 1000
O Pilot foi concebido em 1992 para ser um PDA intuitivo, de fácil utilização (por meio da entrada de dados com a mão – via uma caneta especial), pequeno o suficiente para caber no bolso de uma camisa e com custo acessível para o consumidor (preço inferior a US$300).
Em 1995 a Palm foi adquirida pela então U.S. Robotics Corp., gigante no setor de comunicação (modems/hubs/switchs), que mais tarde foi abocanhada pela 3Com. Esta transformou a subsidiária Palm em uma companhia independente no início de 2000. Em agosto de 2003, a divisão hardware da companhia foi rebatizada como PalmOne, Inc.
Nesse meio tempo a companhia lançou uma série de PDAs de sucesso, como foi o caso dos primeiros Pilots 1000 (com 128KB de memória) e 5000 (com 512KB), além dos PalmPilot Personal e PalmPilot Professional com 1 MB de memória e características adicionais, como tela iluminada do tipo backlit, nova versão do sistema operacional OS 2.0 e software de e-mail. A terceira geração veio em 1998 sob a tutela da 3Com, com o PALM III trazendo como grande destaque, a possibilidade da troca de dados via transmissor infravermelho, além de novo SO, o OS 3.0 e 2 MB de memória.
A companhia lançou ainda uma série de novos produtos, como o Palm V, Z22, Zire 72, Tungsten E2 e TX, contudo, o sucesso dos PDAs estava com os dias contados, sobretudo pelo fato da entrada de outros concorrentes na jogada, como foi o caso da própria HP, além da modernização dos celulares, que cada nova geração agregava mais recursos e funcionalidades, mudando o foco de atenção dos consumidores. A companhia ensaiou ainda a linha Treo, que unia o conceito de celular com PDA, mas que nunca chegou a ser um sucesso de público ou crítica.

Nos lançamentos dos últimos produtos, a HP parou de usar a marca Palm nos aparelhos com WebOS
 
A derrocada final da Palm começou em 29 de abril de 2010, quando a HP anunciou a compra da Palm por 1,2 bilhão de dólares com o objetivo principal de ter acesso ao sistema operacional WebOS. E finalmente em 10 de fevereiro de 2011, a empresa, que outrora era sinônimo de inovação, deu seu último suspiro, com a HP enterrando de vez a marca Palm das cabeças e corações dos amantes da informática.