24 agosto, 2011

Review - Xperia Play mistura videogame e smartphone.


Foto: Rafael Evangelista
Avaliação
8
1.899 reais
    



nossa avaliação
PRÓS Gamepad com layout do PS3 e boa precisão; vem com 4 jogos completos; permite partidas multiplayer pela internet e por Wi-Fi a ponto a ponto;
CONTRAS Não tem saída HDMI; corpo pesado; microSD de difícil acesso;
CONCLUSÃO O Xperia Play não é o Android mais potente, nem o console portátil mais divertido, mas consegue combinar essas duas facetas com eficiência.

ficha técnica

  • 3G
  • Android 2.3 Gingerbread
  • Scorpion 1 GHz
  • 512 MB + 16 GB (microSD)
  • Tela de 4”
  • Wi-Fi n
  • GPS
  • Câmeras de 5 MP e 0,3 MP
  • 173 g
  • 7h51min de bateria

O Xperia Play, o aguardado Playstation Phone, é feito sob medida para quem adora jogos e faz questão de um smartphone eficiente. Só não espere dele todos os recursos de ponta do Android mais sofisticado ou do console de bolso mais irado. Os responsáveis pela diversão são controles com layout similar aos do videogame PS3 e os (até agora) poucos jogos otimizados para o Xperia Play.
 A resposta às ações pelas teclas direcionais X, quadrado, triângulo e círculo e os dois botões traseiros é rápida e precisa. O mesmo não pode ser dito dos controles touch, que assumem as funções das alavancas. Porém, depois de algum tempo jogando nos testes do INFOlab, várias pessoas reclamaram do cansaço nas mãos. 
O Xperia Play possui uma central onde ficam os games instalados (ele já vem com Bruce Lee Dragon Warrior, Fifa 10, Star Battalion e Sims 3) e uma vitrine para outros títulos. Porém, não se trata de uma loja. Ao escolher um, o usuário é direcionado para o site do desenvolvedor ou para o Android Market para fazer a compra. Dependendo do jogo, dá para travar disputas multiplayer pela internet ou efetuando uma conexão ponto a ponto por Wi-Fi entre dois Xperia Play.
 Infelizmente, ele não tem saída microHDMI.




É claro que todos esses jogos não poderiam deixar de ser acompanhados por um hardware sólido. Para essa missão, o Xperia Play conta com o poder de fogo da APU veterana Snapdragon S2, que pode não ser das mais novas, mas ainda da conta do recado. Ela combina uma CPU Scorpion de 1 GHz com uma GPU Adreno 205. Assim como seu irmão magrelo Xperia Arc, o Play se dá bem com multitasking e flash, para não falar nos jogos, que rodam sem lentidão.



Aliando a APU aos 512 MB de RAM, esse smartphone alcançou um resultado mediano no benchmark de desempenho Quadrant. Sua marca de 1354 pontos está só ligeiramente acima dos 1348 pontos do Xperia Arc, e bem abaixo dos 3148 pontos do todo poderoso Galaxy S II. Mas, como já dito, o uso em situações reais foi satisfatório.

Benchmark Quadrant (em pontos)
Barras maiores indicam melhor desempenho



Samsung Galaxy S II

3.148

Xperia Play

1.354

Samsung Nexus S I

1.348

LG Optimus Black

1.293

Galaxy Ace

588

LG Optimus Me

522



Em termos de conexões, o Xperia Play é um tanto pobre. Ele se limita a uma porta micro USB, a uma saída P2 para fones e ao Bluetooth 2.1. A ausência de uma saída HDMI em um aparelho tão orientado para o entretenimento é realmente lamentável. Pelo menos ele possui suporte a redes DLNA para fazer streaming de mídia. 

Os arquivos são armazenados em um cartão microSD de 16 GB, que é desligado automaticamente quando a tampa traseira é retirada para evitar danos aos dados. Por outro lado, é preciso retirar a bateria para acessar o cartão. O Xperia Play também conta com 3G, Wi-Fi n e Assisted GPS, mas isso tudo é o mínimo que se espera de um smartphone desse nível.





O que não se esperava era o controle deslizante à la DualShock. Com ele a Sony Ericsson assume o mesmo compromisso que a Nokia assumiu com o finado N-gage: unir smartphone e console portátil. Sem dúvida, a Sony tem uma vasta experiência nas duas áreas, mas “ser tudo para todos” é uma tarefa quase impossível que o Xperia Play não chega a cumprir, apesar de representar uma tentativa admirável.


Só pelo fato de estar presente, o controle dedicado já torna a experiência de jogo mais imersiva, pois o usuário não é forçado a ver seu dedo se intrometendo na tela. A construção que liga as duas metades do celular é confiável o bastante para que o usuário não se acanhe ao fazer com os dedos o mesmo que Bruce Lee faz com os punhos no jogo Bruce Lee Dragon Warrior. Como o mecanismo responsável pelo deslize da tela é acionado por uma mola, a pancadaria não corre o risco de ser interrompida por uma tela bamba. 

O gamepad em si não fica para trás. Além do direcional e do quarteto de botões icônicos do Playstation, há uma dupla de círculos com interface de toque que simulam os direcionais analógicos. A atenção ao detalhe fica evidente no pequeno relevo presente no centro de cada círculo que ajuda a orientar os dedos do usuário. Uma única ressalva pode ser feita a esse controle: falta apoio para as mãos. De qualquer maneira, é preciso considerar que seria inviável aumentar ainda mais o tamanho desse smartphone, que já pesa 173 g.



Infelizmente, o ótimo trabalho da Sony com o hardware não se repetiu com o software, que poderia ser mais polido. Os jogos são acessados através do aplicativo “Xperia Play”, que é aberto automaticamente quando o usuário desliza o gamepad. Ele possui dois menus: “Xperia Play games”, que contém os jogos pré-instalados, e “More games”, que apresenta uma lista de jogos para baixar. 

Em vez de fazer o download dos games diretamente, o aplicativo ou redireciona o usuário para o Android Market ou abre o browser na página da Gameloft, onde é necessário utilizar uma conta da PayPal. Como se esse labirinto de aplicativos não fosse o bastante, as compras realizadas anteriormente na Playstation Network não podem ser transferidas para o smartphone.


Os jogos pré-instalados são perfeitamente compatíveis com o gamepad. O mesmo não pode ser dito dos games adquiridos pelo Android Market. Alguns, como o Guitar Hero Warrior of Rock Mobile, eram mais facilmente jogados pela touch screen. Os games do PSX, presentes no aplicativo Playstation Pocket, também não foram muito bem implementados. Crash Bandicoot, por exemplo, não preenche toda a tela do aparelho no aspect ratio padrão. O multiplayer via conexão ad hoc também engasgou um pouco com o Fifa 10, embora tenha funcionado bem no geral. 

Excetuando-se os jogos, o Xperia Play oferece todos os recursos do Android 2.3 Gingerbread, a versão mais recente do sistema. A Sony optou por uma customização bem sutil do OS, adicionando os widgets tradicionais da linha Xperia. O agregador de redes sociais, mensagens e e-mails, Timescape está presente, assim como o TrackID, que reconhece músicas a partir de trechos gravados. Não faltam codecs para o media player, que conta com MP4, H.263, H.264 e WMV, para o vídeo; e MP3, eAAC+, WMA e WAV para o áudio.

Com uma câmera de 5,1 MP na traseira e outra frontal de 0,3 MP, é possível fazer fotos e vídeos de boa qualidade. Os ajustes limitam-se ao aplicativo padrão para câmeras do Android. Uma pena não ser possível fazer filmagens em HD, pois a resolução máxima é 800x480.



O teclado virtual não diverge do basicão do Android. A digitação flui razoavelmente bem com ele, mas a adição do SWYPE faria uma bela diferença. Há suporte para os arquivos do Office com o OfficeSuite, mas a versão grátis só permite a leitura de documentos, para editá-los é necessário comprar o OfficeSuite Pro. 

A principal qualidade da tela é resolução de 480x854, que permite uma experiência bem legal com os jogos graças às imagens claras. Com 4 polegadas, ela não é muito diferente da tela de um PSP. Por outro lado, é impossível observar detalhes dos games quando o Xperia Play é usado ao sol. O benchmark MultiTouch Tester, que identifica quantos estímulos de toque o display reconhece, determinou que o Play reconhece 4 dedos ao mesmo tempo, abaixo dos 10 dedos do Optimus Black X2 e do Galaxy S II.




Atingindo a marca de 7 horas e 51 minutos de chamada, com Wi-Fi e Bluetooth ligados, a bateria do Xperia Play mandou muito bem. É possível jogar Star Battalion (game inspirado no Star Fox 64) por 4 horas e 39 minutos antes que esse smartphone jogue a toalha, um tempo excelente se tomarmos o Xperia Play como um console portátil.

Duração da bateria durante chamada
Barras maiores indicam melhor desempenho



LG Optimus Me
8h19min


Samsung Galaxy S II
7h58min


Xperia Play
7h51min


LG Optimus Black 
6h22min

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